segunda-feira, 20 de julho de 2009

BRASILEIRA GANHA CONCURSO MUNDIAL DE REDAÇÃO



Prestem atenção à beleza da redação dessa moça. Com que facilidade ela descreve a atual situação de contradições.
Dá gosto saber que existem jovens engajados, cultos e com capacidade para colocar em palavras uma situação como a que estamos presenciando.
Tema: 'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do RJ
PÁTRIA MADRASTA VIL

Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência... Exagero de escassez... Contraditórios??
Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL..

Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe.

Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.


Minha mãe não 'tapa Ao sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome.
Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa : mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar.
E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.

Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?


Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo.
Sem egoísmo. Cada um por todos...
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído?
Como gente... Ou como bicho?

Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários. Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade'.

A redação de Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´ foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da Unesco.

terça-feira, 30 de junho de 2009

ARTIGO DO NOSSO AMIGO MIMINHO



Atualmente, contrastando com a situação de quase uma década atrás, quando o movimento ciclístico minguou a ponto de apenas vermos e desfrutarmos da companhia de uns gatos-pingados sobre duas rodas, o número de ciclistas tem aumentado de forma exponencial, seja por motivos de busca por melhor saúde, seja para compor uma onda, um modismo empurrado pela mídia e pelo desejo de tentar se exibir pelas ruas da cidade em belos trajes coloridos, compondo uma função aposemática para alertar os outros veículos, ou mesmo figurar num cenário de força e masculinidade, no caso dos homens, ou sarada, sadia e disposta a experimentar emoções novas, além da aproximação com parceiros supostamente sadios e bem-aquinhoados, no caso delas.

Infelizmente isso não se traduz em realidade quando adentramos no metiê e analisamos as realidades bem cruas em todos os quadrantes da atividade ciclística.

Ruas esburacadas, ausência de ciclovias em lugares estratégicos, má sinalização do trânsito, motoristas mal-educados e também despreparados para lidar com os ciclistas, motoqueiros malucos, agressivos e estressados, além dos próprios ciclistas, que entram na atividade logo de cara, sem nenhum preparo físico, psicológico e mesmo sem saber equilibrar-se direito na bicicleta, apenas motivado pelo disse-me-disse dos amigos e da vontade de pedalar. Eis um quadro dantesco e perigoso para ambos, principalmente o colega ciclista, que, desarmado, sem a proteção metálica dos veículos automotores, sai desafiador pelas ruas da cidade, sozinho ou em grupo, mas muitas vezes sem capacete e outras se auto-afirmando de que não gosta de nada sobre a cabeça, exceto um boné.

O resultado dessa asneira toda ou mesmo impetuosidade salutar é um nosocômio ou mesmo um cemitério bem pertinho de casa, a exemplo de vários colegas que se foram vitimados exclusivamente por terceiros, sem ter participação direta na ação que levou ao acidente, ou mesmo devido à imprudência gerada pelo excesso de confiança nas próprias habilidades ou total ignorância.sobre regras de trânsito e ações defensivas nas ruas das cidades e campos em geral.

E excetuando-se o futebol, volibol e basquete, quase todas as atividades esportivas geralmente se iniciam primeiramente pelo desejo em praticá-la; depois, a apresentação do candidato à modalidade escolhida, fornecendo-lhe o máximo de informações possíveis sobre o esporte, secundando-se pelo treinamento paulatino, respaldado por um bom exame médico de capacidade cardiorrespiratória, dentre outros. E olhe que estou me referindo a um sem número de esportes que não confrontam os atletas com o perigo das ruas, mas sim o colocam em contato direto com a natureza ou dentro de ginásios esportivos. O ciclismo, não é assim, pelo menos o ciclismo levado a sério. Todos acham que é só comprar uma magrela ou mesmo uma mountain bike( monstrambike), montá-la e sair por aí, desfilando, esperando que a continuidade o treine aos poucos. Pode dar até certo, como na maioria dos casos, mas muitas vezes não dá e é aí que reside o perigo. Tombos, com alguns arranhões de presente são bem comuns, incluindo-se nesse quadro cortes necessitando algumas suturas mais simples, mas também há casos em que é necessário realizar cirurgia para corrigir fraturas de clavículas ou luxações acrômio claviculares, estas de maior complexidade, mas de aparência mais simples, já que geralmente não apresentam fraturas.

Temos também pneumotórax, fraturas de pernas, braços, rompimento de órgãos internos, como rins, baço etc, sem falar da cachola, o crânio, mesmo.

Vale salientar que essas são as mazelas mais comuns a acometer os ciclistas quando geralmente caem sozinhos, assustados com alguma coisa estranha tipo animais( Hiram que o diga) ou mesmo cochilo, levando ao desequilíbrio e conseqüente queda, como no meu caso, numa viagem para Fortaleza/CE.

Também podemos citar aqui os infartos do coração, que podem ocorrer numa viagem pequena e/ou mesmo numa pedalada qualquer, como foi o caso do saudoso Iziel, que sucumbiu ao retornar de uma simples ida à lagoa de Arituba.

Por isso, colegas ciclistas, bikers, pedalar é salutar, é prazeroso e, principalmente, nos envolve com um sem número de pessoas de toda estirpe social, somando muita gente boa ao nosso círculo de amizades, mas é preciso que se atentem à algumas regras básicas de segurança e salubridade antes de se aventurar por aí feito uns doidos, malucões, saltando sobre calçadas e vias, fazendo willie em todo lugar, retorno a toda hora, sem avisar nem atentar para o trânsito, achando que é ciclista e está abafando.

Em suma, “PEDALAR É BOM, É SALUTAR, MAS TODO CUIDADO É POUCO”

Imis Rosa Uchoa Correia
Economista